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quinta-feira, 6 de maio de 2010

TEMOS LIBERDADE?

Você é produto de quê?

Quando falamos em mídia o que vem a nossa mente? Será que essa palavra que se traduz em algo concreto (reportagens, programas, jornais, rádios e dentre outros) tem influências no nosso cotidiano? Quanto tempo passamos em frente à TV? A mídia é só na televisão? Existem outros meios de comunicação? Em geral qual é o mais utilizado?

Todas essas interrogações nos levam a pensar o quanto a mídia está presente na nossa vida. Quais são os meios de comunicação que nós utilizamos para nos informar? São eles de credibilidade? São de confiança? A mensagem ali transmitida é de total neutralidade - imparcialidade? Transmite a realidade?

Por vezes assistimos ou até mesmo lemos e ouvimos reportagens sem nos perguntar o porquê e para quê de tal reportagem? Será que realmente há neutralidade nos fatos, eles só estão sendo transmitidos ou há toda uma intencionalidade por trás do discurso? Não temos costumes de ler algo com tantas interrogações, não é mesmo? Geralmente lemos, ouvimos e vemos as transmissões e apenas reproduzimos o que foi informado. Porque isso acontece? Porque a maioria da população brasileira muitas vezes não participa de discussões que fomente mais participação de todos? Será que nosso tempo de laser tem sido ocupado por programas que pouco acrescentam em nosso dia a dia? Passamos horas e horas em frente à TV, consumindo um produto pensado e idealizado por uma minoria.

Inúmeras são as influências da mídia, haja vista, músicas, modas, comidas e até mesmo jargões, utilizados em determinados momentos por alguns personagens, que não saem da boca do povo. Você lembra desse: “To Pagaaaando”? E esse: “Não é brinquedo não”? Não podemos esquecer do Domingão “O loco meu”, lembrou?

A criatividade e sagacidade que há na mídia é de cair o queixo, são elas em sua maioria que conseguem de uma forma “brilhante” mexer com o imaginário da maioria da população. A exemplo das novelas globais, conseguindo atingir níveis elevados de audiência, permitindo ao telespectador “liberdade” de sonhar dias melhores em meio a opressões e contradições que se revelam no cotidiano da maioria dos brasileiros.

As motivações são de diversas ordens, todas elas, acabam levando para o mesmo fim, criar necessidades do não-necessário, levando-nos a comprar determinados objetos e nos enquadrando a um modo de ser e pensar. Os perfis são por vezes traçados de acordo com cada faixa etária, se você é um jovem deve se comportar como tal. A figura do jovem nunca foi tão bem vista como nos tempos atuais. Ser jovem é ser belo, inteligente, flexível, forte, alegre, animado e muito mais. Nunca se viu tanto investimento em produtos de beleza para se prolongar a juventude. Os padrões são estabelecidos e cabe a cada um ir atrás da sua “felicidade”. De onde vêm mensagens como esta? Sempre foi assim? Os jovens sempre foram à faixa etária ideal? Quanto à terceira idade, será que vende tanto quanto a idéia de beleza juvenil?

Ressaltamos que nesse processo por vezes alienantes desses meios de comunicação, nem tudo esta perdido, temos as mídias alternativas ou mídias independentes (TV cultura, observatório da imprensa, revista Caros Amigos, jornal Brasil de fato, dentre outros), que se posicionam contraria as grandes corporações televisivas, valorando a cultura, a cidadania, a arte e a educação. Instrumentalizando o interlocutor com materiais que os levam a resignificar seus espaços de discussões e entretenimento de maneira a perceber o não perceptível aquilo que está disposto nas entrelinhas do enunciado.

Por Thadeu - Professor de Sociologia